terça-feira, 2 de outubro de 2012

Dia 1: Declaração de intenções

Quando, este verão, me decidi por viver um tipo de vida minimalista, resolvi dedicar o mês de setembro a uma preparação interior. Considerei este tempo necessário para fazer diversas leituras sobre esta opção de vida, para refletir sobre o que ela implicaria em termos de compromissos futuros e para me testar a mim própria.


Percebi também, depois de ler muitos e diferentes depoimentos que o projeto «Um ano sem compras» era o compromisso ideal para desencadear as rotinas, as reflexões e os sentimentos que poderão iniciar-me nesta nova atitude perante a vida, e depois consolidá-la. É muito provável que, ao longo deste ano, passe por crises de carência e tenha algumas recidivas, mas na verdade estou muito confiante. E muito feliz com esta minha decisão também.

O que comecei por pôr em prática em setembro foi simplesmente a integração nas minhas tarefas domésticas de 15 minutos diários de organização e a seleção de 3 objectos para deitar fora ou doar. Confesso que não sei se consigo entrar no mercado de venda em segunda mão, mas sei que esta é uma questão de preconceito e de educação que devo tentar superar. Reforcei também conscientemente os meus hábitos de alimentação saudável e cozinhada por mim.

Assim, o que me proponho ao longo deste ano é não comprar absolutamente nada que não seja para alimentação, saúde (incluindo a da minha cadela que é um ser muito frágil) e estudos, nomeadamente os do meu filho que são caros. Manterei também os consumos de água, eletricidade, gaz, tv cabo, telefone, fixo e móvel e Internet que entretanto tenho vindo a negociar e a reduzir para valores mais baixos. O mesmo para a utilização quotidiana do meu carro que já tem 10 anos de funcionamento perfeito, pelas mesmas razões da Ziula (comentário de 1 de outubro de 2012), tanto para o emprego (deixando agora o meu filho no caminnho), como para as compras de supermercado e, eventualmente, para viagens de trabalho.


Terei de fazer obrigatoriamente duas viagens a Espanha por ano, tanto por compromissos pessoais como profissionais, e considero-as parte integrante das minhas férias: compro as passagens de autocarro e de avião a um preço muito baixo e os gastos são apenas de estadia. O resto das minhas férias tenciono vivê-las depois e, pela primeira vez em mais de 25 anos, muito simplesmente, e dedicá-las apenas a mim.
 
Quanto a gastos pessoais, tenho um guarda-roupa mais do que suficiente para este ano, mesmo com os destralhes que já fiz e continuo a fazer com o sistema 3 itens por dia. Neste caso, apenas me permitirei comprar alguma peça  de desgaste rápido, como collans ou alguma t-shirt de manga comprida, e alguns itens de retrosaria, porque adoro customizar a minha roupa e é um trabalho que me faz muito bem. 

Para o meu bem-estar físico e psicológico, reservo apenas as minhas aulas de yôga e uma ida ao cabeleireiro de dois em dois meses, para um corte e uma luzes no cabelo, como diz também a Ziula. Quanto aos shampôs, cremes diversos e água de colónia serão os que se vendem no supermercado (nivea, pantene, johnson...), os quais são comprovadamente bons, segundo a Associação de Defesa do Consumidor: a única diferença em relação às marcas caras é apenas a de que estas lhes levam uma ou duas gerações de avanço, o que para mim, aos 57 anos não me parece significativo. 

No que respeita aos tempos livres, tenciono usufruir ao máximo de todo o tipo de atividades gratuitas ou acessíveis e realmente compensadoras, tanto mais que necessito obrigar-me a sair da rotina casa-trabalho-casa que vivo há demasiados anos.

Com a casa. entre o destralhe e a organização, talvez necessite apenas da compra de uma ventoinha (agora seria o ideal por estarem «em promoção mesmo!») e para o inverno de um aquecimento (que talvez possa também esperar pelas promoções da primavera, sobretudo se as temperaturas não descerem muito este ano...). Devo decidir se as obras de manutenção que já tinha previstas com a devida reserva orçamental, deverão ser feitas este ano ou deverão aguardar mais um ano! Isto porque o meu condomínio necessita de obras estruturais e os estudos do meu filho vão comportar gastos quase no limite das minhas disponibilidades financeiras.

Por último, devo referir que manterei a empregada que trabalha cá em casa 8 horas por semana. Por duas razões: a primeira porque estou a viver um ano de transição de vida (que inclui o trabalho de o meu filho se tornar num adulto independente) e a segunda porque a crise também me obriga a contribuir para dar trabalho a alguém.

2 comentários:

  1. Maria, adorei o post, está muito completo e devidamente estabelecido o objetivo. Sempre importante retornares a ele de tempos em tempos para reforçar o objetivo inicial e, quando necessário, até alterar esse objetivo.

    Boa sorte!

    Beijos

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  2. Obrigada pelos conselhos, qrda Ziula.É muito reconfortante saber que estás aí, tanto mais que, em relação a mim estás «muito à frente». Bjs.

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