segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Integrar uma dieta saudável e exercício físico regular na rotina diária

Com os anos, mesmo uma pessoa como eu, que nunca se preocupou com dietas  e que durante a gravidez se limitou a deixar de comer açúcar (o que foi muito fácil porque eu até nem sou apreciadora de doces...), sabe em que deve consistir uma dieta boa para uma pessoa saudável.

Fibras e açúcar: legumes - o que se quiser; fruta - 5 peças /dia; hidratos de carbono - com moderação; proteínas - em quantidade suficiente para cada tipo de pessoa. O total de calorias ingeridas ronda as 1200, no mínimo, mas devem ser aferidas aqui, por exemplo, consoante a idade e a massa corporal de cada um.


Sabemos todos também que é necessário um bom pequeno almoço, a principal refeição do dia, um almoço completo e um jantar leve. Há um dito popular que reza assim: pequeno almoço de rei, almoço de príncipe, jantar de pobre. Estas três refeições devem ser intercaladas com um porção de um alimento saudável (fruta, iogurte, gelatina, frutos secos, pão ou bolacha integrais...) a meio da manhã, a meio da tarde e, para os mais noctívagos, uma pequena ceia.


No meu caso, aboli praticamente a carne e é muito raro comer peixe, porque cada vez menos apetece comer estes alimentos, porque sei que deles não necessito verdadeiramente, mas também por conhecer os efeitos da respetiva produção industrializada: o imenso sofrimento que provoca nos animais, e a enorme poluição do meio ambiente. Tal não quer dizer que, se me apetecer muito, não coma carne, como os frangos criados ao ar livre, ou peixe, mas é cada vez mais raro. De certa forma, substituí a carne e o peixe por ovos e lacticínios, leguminosas, azeitonas... A arte de comer bem reside sobretudo na confeção de comida simples com alimentos frescos (keep it simple, keep it fresh) e saborosa, de preferência sem recurso a alimentos processados que estão por toda a parte: dos famosos caldos Knorr (já leram os ingredientes de que são feitos, mesmo os de legumes?), aos cereais de pequeno almoço, aos congelados prontos a fritar ou a ir ao forno, passando por todo o tipo de molhos...


Em relação ao exercício físico, acho que cada um deve escolher aquele que mais lhe agradar. Correr, andar de bicicleta, nadar, integrar uma turma de ginásio, o que for, sozinho ou acompanhado. Para mim, é o yoga desde há muitos anos e cada vez mais, já que não posso fazer nenhum tipo de exercício de impacto. Tenho muitas saudades de nadar (o exercício físico que que faço desde os 5 anos...) e que representa também o meu sonho de férias, mas tal significa sujeitar-me durante todo o ano a muitos mergulhos numa piscina coletiva cuja água, por melhor que seja, contém sempre componentes agressivos para os olhos, a pele, o cabelo. Ir e vir a pé para o trabalho (30 minutos + 30 minutos) é outro dos meus objetivos que, sinceramente, não sei quando terei forças para começar, já que de carro demoro 10 minutos, no máximo! Em contrapartida, consigo fazer todos os dias 10 minutos de yoga, mal saio da cama e ando cerca de 20 minutos a pé!


Posto isto, e porque nos dizem que instalar um hábito demora cerca de um mês, integrar uma dieta saudável e exercício físico regular no nosso quotidiano é apenas uma questão de nos comprometermos connosco e, muito importante, com outros de quem gostamos para que nos «vigiem» e apoiem, e de nos concentramos nos benefícios dos resultados. Aconselho vivamente o ritmo do passo de caracol.





sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Ser dono do próprio destino... um dia de cada vez

Nestes últimos tempos tenho andado a pensar em como ser dono do próprio destino é bem mais fácil do que parece e do que se diz. Claro que esta afirmação não se pode infelizmente generalizar a toda a humanidade, mas nós, os do mundo desenvolvido, não temos como reclamar da vida que vivemos.

Fazemo-lo porque é muito mais fácil deixarmo-nos ir na vida que nos «calhou», do que pensar no que realmente queremos para nós, procastinando mais ou menos indefinidamente tomadas de decisão... Na verdade, é impossível mudar tudo de uma vez e mesmo até não ter momentos de deixar andar! Sobretudo porque a vida a que muitos de nós nos obrigamos a ter não é fácil. Falo por mim, mas também pela minha amiga Ziula aqui do lado, para dar exemplo concreto! A vigilância tem de ser, se não constante, pelo menos periódica.


Com a minha idade, conheço bem quais os pilares de um vida boa: comer pouco, diversas vezes e bem, fazer regularmente exercício, dormir o número de horas necessárias, a começar bem antes da meia-noite. Estes são três aspetos fundamentais para que o nosso corpo, tantas vezes secundarizado, nos permita fazer o que queremos. O que implica também idas regulares ao médico, um ciclo de massagens uma vez ao ano (ainda que sejam auto-massagens, sim), um bom corte de cabelo (há mais de um ano que não o faço...) e as rotinas de cuidar de nós: um creme hidratante para o corpo e outro para a cara, um batom, um lápis e uma máscara, um perfume!


Depois há a questão d
o nosso guarda-roupa. Independentemente do estilo de cada um de nós e da necessidade de um consumo consciente, de que eu não abdico, quando temos muito trabalho e uma vida familiar complicada, é tão mais fácil vestir sempre o mesmo uniforme, sem qualquer graça, nem nenhum cuidado especial. Afinal, a elegância é uma atitude física e psicológica e quem prescinde de tempo para investir em si próprio... 



acaba por se transformar ou num sapo, ao contrário da história...
ou... numa esfregona! Sim numa esfregona mesmo! Dói, não dói?

Pois foi assim mesmo que eu me encontrei comigo própria em junho, quando o meu filho começou a melhorar. Fiquei de tal modo assombrada com a minha imagem no espelho, que logo a desviei para o destralhe da casa que estava evidentemente mais ou menos como eu: organizada à primeira vista, mas na realidade pouco cuidada.

Perante esta descoberta iniciei um dieta mais saudável e voltei a fazer yoga duas vezes por semana, que talvez talvez passem a três em setembro-outubro, e comprei, enfim, a minha máquina de costura Singer!

Por tudo isto, o destralhe da casa continua, agora a um ritmo mais lento, mas com persistência, e o meu trabalho profissional abrandou para uma cadência mais humana: um dia de cada vez!


quarta-feira, 12 de agosto de 2015

O espírito das minhas férias de 2016


Fonte: http://www.incidentalcomics.com/2015/06/reflection.html

Obrigada pela inspiração, Grant, um dos meus apoios aqui do lado! 

Férias: um mistério a resolver

Uma vez mais este ano não terei férias. Férias verdadeiras, dessas que são planeadas com alegria e encantamento, para conhecer o mundo, para desligarmos do quotidiano e recarregarmos energias.

Na verdade, depois de adulta nunca tive esse tipo de férias. Bom, uma semana, dez dias, com amigas... pelo menos duas ou três vezes: Guadalajara-Toledo-Madrid, Nova York, Marraquesh... De resto, férias foram para mim sempre organizar várias semanas na praia ou no campo, com crianças ou adolescentes, o pai do meu filho, às vezes um par de amigos. Cozinhar muito para todos, lavar muita loiça, manter as casa mais ou menos em ordem. E, nos intervalos, 
dar uns mergulhos no mar ou no rio, ler sempre que possível.


Nos últimos dois anos, não saí de Lisboa. Fiquei em casa, tentando descansar e organizar-me, o que consegui minimamente. Este ano será igual, com a desvantagem de apenas o poder fazer durante uma semana. Todos os meus dias de férias deste ano, e já bastantes do próximo, foram gastos a acompanhar o meu filho e a tentar simultaneamente recobrar algumas energias sugadas pela doença e pela crise económica e social em que vivemos.


Porque o mais grave problema que hoje vivemos no meu país é não apenas o desemprego brutal associado à grande perda do poder de compra, mas também, sobretudo, a indefinição das políticas sociais, económicas, culturais. Esta indefinição assenta na inexistência de visão política de médio-longo prazo sobre o futuro de Portugal e, por conseguinte, na ausência de metas, de objetivos, de metodologias de trabalho, de incapacidade de planeamento. De um imenso desperdício dos recursos humanos existentes. Não é por acaso que somos um dos povos mais deprimidos da Europa, com mais altas taxas de consumo de benzodiazepinas, de ansiolíticos, de antidepressivos.


Não estou a lamentar-me. Antes da crise eu também não sabia ter férias e é verdade que é possível fazer férias com pouco dinheiro. APRENDER A TER FÉRIAS é umas minhas mais importantes tarefas para 2016. Como o é reconstruir um quotidiano compensador e harmonioso. No meu caso, tenho de aprender a autocentrar-me, a a ser egoísta e depois fluir nesse estado de espírito. Por agora estou apenas focada numa alimentação mais saudável e no yoga. Para a semana, espero terminar o destralhe da casa a que já dei inicio, com o reforço de inspiração da jovem Marie Kondo.


As férias-férias ficam para o ano. Entretanto espero conseguir treinar num ou noutro fim de semana prolongado. Será que estou a pedir de mais ao meu futuro?





sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Blue moon e liberdade

A propósito da letra da canção Blue moon, fiquei a pensar no significado de o impossível (once in a bleu moon) acontecer associado às relações de amor, as minhas no caso...

E o que gostaria de esclarecer aqui é que há muito que sinto que essa fase da minha vida já passou. Na verdade, estou profundamente convicta não que considere impossível voltar a viver uma relação amorosa, mas antes que as probabilidades de tal acontecer são quase nulas. E isto porque, com os anos, fui-me tornando tão exigente e tão livre que sei que não encontrarei ninguém que me consiga encantar. Conheço muita gente e, quanto mais observo as pessoas da minha idade, sejam as casadas sejam as solteiras, e as relações que vivem ou que estabelecem, mais me convenço que isso não é para mim...Tenho alguma pena, mas na realidade o quotidiano dessas pessoas é construído numa base de aparências, muitas vezes de mentiras, no melhor dos casos de companheirismo. E depois, com a idade, as pessoas começam a ceder em relação aos princípios e aos valores e tornam-se egocêntricas, autocentradas.


Por isso acredito que ninguém me conseguiria seduzir ao ponto de partilhar o meu quotidiano, a minha opção de vida, os meus princípios, os meus projetos, as minhas refeições, a minha cama... E o melhor de tudo é que isso não me entristece. Pelo contrário, sinto uma alegria imensa por poder fruir a minha liberdade.


Quero contudo afirmar que nada me faz mais feliz do que estar e conhecer casais que vivem relações de muitos anos, felizes e harmoniosas, como os meus queridos tios Henrique e Zinha ou a Lud e o Leo...


Henrique e Zinha, Lud e Leo.

Sou também uma grande defensora do amor, da amizade, da afeição, da solidariedade, da compaixão, da partilha... De todas as manifestações de atenção para com os outros e de todas as variantes do cuidar dos outros. Atualmente, segundo muitos especialistas (Cf. Marc Bekoff, A vida emocional dos animais) é assumido que a nossa espécie evoluiu graças a todas as formas de cooperação, de solidariedade e de amor que desenvolveu, e não, como se generalizou depois de Darwin, graças à competição (solitária) pelo poder, à lei do mais forte... 



Viver as tantas e tão diversas formas de amar os outros.

Nesse sentido, cuidar de mim (e do meu filho) tornou-se a prioridade das prioridades, tanto mais que me encontro exausta, como nunca antes em toda a minha vida. Compreendi agora (mais vale tarde do que nunca...) que tenho de me colocar a mim própria em primeiro plano (voltei a fazer yoga!) e, desde que interiorizei esta atitude, nunca me senti tão bem, tão disponível e tão livre perante a vida.



«Livres como livros»