domingo, 29 de setembro de 2013

Dia 364: Continuar devagarinho...

Pois é esta mesmo a conclusão a que cheguei quase no fim do meu primeiro ano sem compras: continuar o meu projeto de vida... devagarinho!

Na última semana de Agosto, quando me predispunha a organizar a minha nova casa, o meu filho, que entretanto voltou a adoecer, lembrou-me as férias de verão: tanta luz e tanto mar à nossa espera, a necessidade vital de apanhar sol, de caminharmos descalços na areia, de mergulhar nas ondas...


Fomos. Para perto de Lisboa, para a casa de uma tia avó que nos quer muito. Decidimos comer fora e ir à praia uma vez por dia, e descansar o mais possível... O objetivo era desligar de um ano inteiro difícil. O tempo desacelerou.

O meu filho tentou recarregar energias e eu com ele. Escapei para a praia e para o universo da literatura policial norte americana dos anos 30 a 50, a literatura disponível na casa. 


Li uma dezena de títulos da colecção «Vampiro», uns atrás dos outros, de manhã à noite, todos com o detective típico da época: um homem alfa, inteligente e culto, que quase não dorme, que fuma e bebe bourbons de dia e de noite, e por quem as mulheres se apaixonam ou por quem têm um irreprimível crush. Resolve todos os casos, tem um coração justo, gosta de todas as mulheres e opta sempre pela solidão. Humphrey Bogart e Frank Sinatra, claro:
 
H. B.
F. S.: 
I h' ve got a crush on you
Quando voltámos, a casa nova continuava à espera de organização. Como recomecei a trabalhar e o meu filho adoeceu, tive de pedir apoio extra à nossa empregada que é especialista em a grandes limpezas, de alto a baixo. A casa ficou limpa e aceitavelmente organizada. O destralhamento geral vai ter de ser feito no dia-a-dia, através do método que eu já adotara: quinze minutos exclusivamente dedicados à organização e pelo menos três objectos-tralha expurgados. Nos fins-de-semana vou tentar avançar quanto e como puder.

O meu modus vivendi vai ter de se regular pela calma e pela tranquilidade e não posso de maneira nenhuma voltar a entrar em modo acelerado. Tenho de estar muito disponível para o meu filho, para mim própria e para os outros que dependem de mim. Afinal, as férias já acabaram há muito e espera-me outro ano inteiro de trabalho reforçado: amanhã mesmo reiniciamos (em 1919, foi uma das conquistas da 1ª. República...) a jornada laboral de 40 horas semanais.

Em Portugal há um ditado popular muito conhecido que afirma:

O homem (pro)põe
e Deus dispõe!

Contudo, há uns anos, aprendi na Beira Alta uma variante mais muito mais sábia que reza assim:

O homem (pro)põe
Deus dispõe
   a mulher compõe.

Será que consigo?