segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Surpreendentemente, como só nós, humanos: the singing ringing tree

Desenhada pelos arquitectos Mike Tonkin e Anna Liu of Tonkin Liu, a Singing Ringing Tree é uma construção, de tubos de aço galvanizado que captam a energia do vento, produzindo um suave coro, pungente e penetrante, em diversas oitavas. Com três metros de altura, localiza-se em Burnley, Lanckashire, Inglaterra, e integra-se no projeto artístico Panopticons, destinado à dinamização de paisagens rurais, o tipo de projetos que me é muito caro.

Dizem que ouvir a Singing ringing tree ao anoitecer é viver uma experiência ao mesmo tempo ancestral e alienígena, que nos ensina o que eventualmente une os primeiros homens ao universo. E eu sinto que é aí mesmo que agora estou. Entre o princípio de nós e tudo o resto quanto podemos imaginar. Não sei porquê. Mas aqui, neste tempo do que faço no meu país, já não estou.

Clique aqui para ver e ouvir a singing ringing tree.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Cuidarmo-nos: L5 e lição aprendida?

Este ano, estive seis meses, entre fevereiro e agosto, sem escrever aqui, o que significou não poder dedicar-me a esta reflexão, mais ou menos partilhada que o meu blogue é, sobre como farei eu para viver uma vida melhor. E isto aconteceu porque, para além de esta ser a época do ano em que tenho mais trabalho, fiquei doente. 

Foram-me diagnosticadas discopatias múltiplas, o desparecimneto do disco L5-S1, hérnia na L5 (explicada aqui). Peço-vos pois toda a atenção, porque mais tarde ou mais cedo esta L5-S1 acaba por se manifestar nas nossas vidas e, de tal modo, que não deixa espaço para quase mais nada para além da dor: não podemos nem dormir, nem estar sentados e andar, apenas devagarinho. O médico, ao qual só fui após mais de um mês de dores cada vez mais intensas (como é que eu aguentei, meu deus?), acompanhadas da automedicação do costume (aspegic, ben-u-ron, relmus, voltaren, valium...), acabou por me receitar doses elevadas de anti-inflamatórios, «vitaminas» para as articulações e para os ossos e 35 sessões fisoterapia. Mais 15 daqui a um mês!


O número 5 assinala a famosa L5 (vértebra lombar nº.5).

E como foi que isto me aconteceu? Muito simplesmente: abusei das minhas forças físicas e psicológicas. Moro num 4º. andar sem elevador e carregar pesos, em geral alimentação, é uma tarefa diária, apenas com fim à vista lá para 2016! Depois, o sofrimento concentrado na minha casa (filho e pai do filho com graves depressões) associado a uma indescritível tensão profissional esmagaram... a L5!

«A senhora já foi mais gorda? Como não? E tem tido problemas pessoais? E não sabe que todo o stress se acaba por manifestar na região lombar?», isto dizia-me o médico ortopedista, enquanto eu o olhava com ar de quem nem sabe onde está, nem muito menos quem é. Não queria acreditar no que estava a ouvir: eu nunca fui tão «gorda» como agora, e não, não, senhor, não sabia que o stress podia danificar a L5!

Melhorei muito devagar. Com alguma sorte e muito trabalho não terei de ser operada. Deixei de carregar (tantos) pesos, passei a fazer alguns exercícios de fortalecimento dos músculos, desliguei-me dos problemas profissionais (também muito devagar...), o pai do meu filho melhorou um pouco e voltou para casa dele. 

Tenho de aprender a cuidar mais e muito de mim. Todos os dias. O grande problema é que como não fui educada para isso, como já antes referi, isso significa que é muito mais fácil dizê-lo, até mesmo de um modo intelectualmente elaborado, do que fazê-lo.



Assana (postura de yoga).