domingo, 7 de fevereiro de 2016

James Althucher e o poder do lado luminoso da «Força»


Confesso que, depois de o ler, não resisti a dar a conhecer aqui o que James Althucher (JA) afirma acerca de como recorreu ao bright side of the force para viver uma vida melhor.

Com efeito, no início deste ano, JA escreveu um post sobre como tinha ultrapassado o pior ano da sua vida, 2015, um ano tão difícil que o fez acreditar muitas vezes que iria morrer. Recorrendo à filosofia que subjaz aos filmes da série Star Wars, a diversas cenas e citações, JA afirma ter superado este ano terrível por ter confiado na Força. Afirmação esta, diga-se de passagem, na qual eu acredito profundamente. Na verdade, Star Wars faz intrinsecamente parte da minha forma de encarar a vida. na medida em que também eu fui educada com os princípios desta série!

Na opinião de JA, em Star Wars, a atitude perante a vida não é nem ensombrada pelo que de mal acontece, nem abençoada pela crença no bem enquanto resultado automático da fé. Como Yoda ensina a Luke, Luminous being are we… not this crude matter.


Então, se a vida nos oferece um imenso espectro de possibilidades que abrange o bem e o mal, devemos explorá-la o melhor que conseguirmos. Como? Segundo JA, adotando a prática jedi que obedece às seguintes normas:

Rendermo-nos ao presente, sem ansiedade pelo futuro ou arrependimento pelo passado, confiando em nós próprios e no que aprendemos.

Acreditarmos num mundo maior do que nós, confiando na natureza, no trabalho que desenvolvemos ao longo da vida e nas pessoas que nos rodeiam enquanto aliados, como afirma Yoda, o que não significa que tudo será bom, mas sim que tudo será suficiente. Porque, na realidade, de que mais precisamos nós se podemos fruir a beleza que nos rodeia e, melhor ainda, a beleza das coincidências que filtram os acontecimentos da nossas vidas? Para JA, em ordem a criar mais coincidências significativas nas nossas vidas, devemos socorrermo-nos de dois truques.

Rodearmo-nos de pessoas boas que respeitamos, amamos e apoiamos, e que não nos transmitem ansiedade, nem nos perturbam. Segundo JA, esta opção proporciona-nos mais oportunidades de uma vida boa, e a entreajuda recíproca multiplica-se e consolida-se com o tempo. Isto para além de nos ajudar a mudarmos e a mudar o mundo para melhor, uma mudança que será sempre lenta: 1% por dia seria uma excelente meta.

Praticarmos quotidianamente a criatividade, o que no caso de JA significa dedicar-se todos os dias a sistematizar 10 ideias novas, a ler, a escrever ou ao podcast (gravação audio), e a tentar viver pelo menos uma situação desconfortável  que o/nos tornará mais fortes. Tendo sempre como base a curiosidade e a vontade de expandir horizontes, demonstrada por Luke Skywalker na primeira cena da série ao contemplar a imensa noite estrelada...

Questionarmo-nos diariamente sobre o que nos faz sentir desconfortáveis força-nos a reconhecer potenciais momentos desagradáveis quando estes surgirem. Também os cliques criativos resultantes desta prática nos ligam diretamente ao mundo, trazem-nos bem estar e prazer e desenvolvem a mente. Treinar a criatividade com persistência torna, segundo JA, as pessoas maiores do que a vida e este é o seu tema (não o seu objetivo) para 2016.

Cultivarmos o sentido do maravilhoso, sem arrependimentos (e quase sempre sem respostas) é outra chave para explorar as potencialidades de estarmos vivos e de crescermos. Como Luke a contemplar as estrelas no início da série, esta deveria ser a nossa atitude de cada dia: um olhar maravilhado e indagador a par do entusiasmo de esperar e ver como cada uma delas se ligará a nós e o que nos trará...


Treinarmos a paciência como ambos, o lado negro e o lado luminoso da Força, nos ensinam. Cultivar a paciência e o sentido de que isto é suficiente liberta o cérebro para explorar a beleza à nossa volta em cada instante. Não nos subjugarmos ao futuro permite-nos ser mais curiosos sobre o presente. O que de bom nos acontece é quase sempre produto da paciência. Apenas temos de permitir que a paciência nos ofereça o presente.


Assumirmos ter um mau pressentimento acerca do que vai acontecer é uma citação recorrente em Star Wars. Porque na realidade as coisas más são inevitáveis e acontecem-nos, independentemente de o universo ser nosso aliado ou de quantas coisas boas de facto nos sucederem. E não as resolvemos com um «porquê».

JA afirma que raramente há resposta para a pergunta: porque é que as coisas más nos acontecem? Nem nas relações, nem no trabalho, nem na natureza e, caso exista, só muito esporadicamente essa resposta resolverá o problema. Contudo, se as nossas expetativas forem baixas, poderemos sempre olhar maravilhadamente para o que os próximos momentos nos podem trazer... O que também nos trará o sentimento de conseguirmos exceder as nossas expetativas. Deste ponto de vista, não é pois mau ter um mau pressentimento, desde que mantenhamos o sentido do maravilhoso.


Tal significa ainda não deixar outros ditar o que para nós é certo ou errado. E, mais, que as grandes descobertas pessoais pressupõem sempre alguém que as achava impossíveis. Sem excepção em qualquer área, seja ela a arte, a ciência, o trabalho... A constatação desta inverdade fortalece-nos.

Segundo JA,  a melhor forma de controlar o medo, muito embora possa não evitar a agressão, é aprender com tudo, sem aceitar nesta matéria ordens de ninguém. Usando depois esta atitude como forma de evitar coisas piores, como a zanga ou a a violência, reconhecendo-a e transformando-a em gratidão ou em criatividade. 

Para James Althucheer, saber que, se se mantiver saudável, se cultivar boas amizades, se treinar a criatividade e a gratidão, garante-lhe que cada dia será melhor que o anterior. Falhar será sempre doloroso, mas ter em conta que tal facto faz parte da vida e que quando nos acontece nos devemos voltar, tão depressa quanto possível, para the bright side of the force, ajuda e muito a sobreviver a tempos difíceis e a ultrapassá-los. 

Eu não poderia estar mais de acordo. Luminous being are we…


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

James Altucher e a necessidade de nos afastarmos de tudo e de todos os que nos fazem mal

Conheci há uns dias o blogue de James Altucher (obrigada, Bruna, aqui do lado!), um prolífero empreendedor e autor norte americano que sob diversos aspetos me encantou: por ter falhado e ter ultrapassado as suas falhas, por admitir que erra, por não desistir nunca, e até mesmo por desenvolver uma atividade frenética... de literalmente pôr os cabelos em pé, os do próprio e os de qualquer um.


A forma como se descreve a si próprio e a sua história de vida são em si mesmos extremamente estimulantes e a verdade é que, já em 2011, ele sistematizava num único post, intitulado Como nos tornarmos na pessoa com mais sorte/sucesso/felicidade de todo o planeta em quatro simples passos, as opções e as atitudes perante a vida a que eu e a maioria das pessoas que leio só há pouco tempo chegaram... É evidente que uma coisa é dizê-lo, outra é fazê-lo e, no seu conjunto, os referidos quatro passos são tudo menos fáceis ou simples. Exigem sem qualquer dúvida imensa disciplina e força interior para os viver verdadeiramente.

Depois é evidente que tudo é relativo e nem todos queremos ter uma vida como a de James Althucher (JA) que é tipicamente americana e novaiorquina. Embora me atraia muito do que JA defende, o meu tipo de vida de referência é o mediterrânico que integra o tempo do lazer enriquecedor e o do convívio intergeracional à roda de uma mesa posta com uma dieta milenar e saudável.

De tudo o que aqui gostaria de referir acerca da opção de vida proposta por JA, apenas pretendo sublinhar a componente emocional que destaca a importância de nos afastarmos de todas as situações e de tudo (noticiários, televisão, navegação sem objetivos na internet....), e de todos os que nos fazem mal e nos drenam forças e energias. Sem qualquer excepção (família, amigos, colegas...) e sem sequer ter de explicar o afastamento, na medida em que só a explicação em si já nos faz mal...

A assumir com delicadeza no quotidiano.