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Linha do horizonte Tijucano |
Um dia, o discípulo perguntou ao mestre qual o significado de utopia. O mestre respondeu-lhe:
- Tu que és jovem e vês bem, olha ao longe... Vês a linha do horizonte? Caminhemos até lá...
O discípulo e o mestre caminharam todo o dia em silêncio. Ao cair da noite, o mestre perguntou ao discípulo:
- Diz-me, alcançámos já a linha do horizonte?
Respeitosamente, discípulo respondeu ao seu mestre que, apesar de terem caminhado todo o dia, a linha do horizonte continuava tão distante quanto de manhã...
- Então - disse o mestre -, amanhã continuaremos a caminhar até a alcançarmos.
Assim caminharam ao longo de três dias. Ao fim do terceiro dia, quando o sol se estava a pôr, de novo o mestre inquiriu o discípulo sobre a distância que os separava da linha do horizonte. O discípulo triste e cansado respondeu-lhe:
- Mestre, a linha do horizonte continua tão distante quanto anteontem de manhã... Por mais que caminhemos, nunca a conseguiremos alcançar!
- Pois com essa constatação, acabaste de definir o sentido de utopia - afirmou o mestre com um sorriso no olhar. Como a linha do horizonte, por mais que caminhemos, jamais a poderemos atingir...
- Mas se assim é, mestre - retorquiu o discípulo que era inteligente e determinado -, se por mais que façamos não é mesmo possível alcançá-la, para que serve então a utopia?
Ao que o mestre respondeu sorrindo agora abertamente:
- Para caminharmos, querido discípulo.
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«- Utopia [...] ella está en el horizonte. Me acerco dos pasos, ella se aleja dos pasos. Camino diez pasos y el horizonte se corre diez pasos más allá. Por mucho que yo camine, nunca la alcanzaré. Para que sirve la utopia? Para eso sirve: para caminar.»
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