sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Ouvir os mais sábios: Instructions for Life in the new millennium, Dalai Lama, 2000

Mais actual não podia ser.
1. Take into account that great love and great achievements involve great risk.
2. When you lose, don't lose the lesson.
3. Follow the three Rs: respect for self, respect for others, responsibility for all your actions.
4. Remember that not getting what you want is sometimes a wonderful stroke of luck.
5. Learn the rules so you know how to break them properly.
6. Don't let a little dispute injure a great friendship.
7. When you realize you've made a mistake, take immediate steps to correct it.
8. Spend some time alone every day.
9. Open your arms to change, but don't let go of your values.
10. Remember that silence is sometimes the best answer.
11. Live a good, honourable life. Then when you get older and think back, you'll be able to enjoy it a second time.
12. A loving atmosphere in your home is the foundation for your life.
13. In disagreements with loved ones, deal only with the current situation. Don't bring up the past.
14. Share your knowledge. It's a way to achieve immortality.
15. Be gentle with the earth.
16. Once a year, go someplace you've never been before.
17. Remember that the best relationship is one in which your love for each other exceeds your need for each other.
18. Judge your success by what you had to give up in order to get it.
19. Approach love and cooking with reckless abandon.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Viver bem todos os dias, segundo Joshua Becker

Joshua Becker, autor do sítio Becoming Minimalist, acredita, como eu acredito, que cada dia é uma bênção que nos é oferecida uma única vez e que, assim sendo, para vivermos uma vida boa devemos tornar excelentes todos os dias da nossa vida, um a um. Para tal Joshua Becker propõe 10 rotinas diárias:

1. Levantar cedo. As madrugadas são tranquilas, pacificantes, produtivas, energizantes e podem mesmo tornar-se a parte melhor do dia. Quem as começou a viver nunca mais se arrependeu! O primeiro passo é aprender a
tornarmo-nos madrugadores e o segundo é definir o que mais nos dá gosto fazer de manhã.

2. Comer bem. A comida é a energia que nos faz funcionar e por isso devemos cuidar da qualidade e da quantidade dos alimentos que ingerimos em cada refeição. Não se esqueça comer alguma proteína ao pequeno almoço de modo a iniciar o dia a pensar mais viva e claramente.

3. Fazer exercício. De acordo com
estudos recentes, as pessoas que fazem regularmente a exercício firmam sentir-se mais felizes, mais calmas e melhor preparadas para lidar com o que quer que seja lhes aconteça. Estes dados parecem indicar ainda que estes benefícios são imediatamente visíveis no quotidiano desde que façamos um mínimo de 20 minutos diários de exercício.

4. Levar a cabo uma grande tarefa. Todos temos projetos, trabalho e obrigações e tarefas que necessitamos de levar a cabo. Provavelmente, a lista completa de tarefas a cumprir é maior do que o que se pode efetivamente fazer num único dia. Assim para fazer o máximo possível em cada dia, escolha
uma grande tarefa da sua lista para a fazer em primeiro lugar. Se a terminar, vá para a seguinte.

5. Fazer uma coisa de que se goste. A para além das obrigações od dia a dia inerentes à vida, todos temos sonhos, objectivoas e esperanças. Temos hobbies que amamos e atividades que alimentam o melhor de nós. part from the day-to-day requirements of living life, you have dreams, goals, and hopes. You have hobbies that you love and activities that breathe life into who you are. Embrace estas oportunidades de vida e faça todos os dias uma coisa de que goste.

6. Descansar de facto. O descanso é-nos tão essencial quanto a alimentação, a água e o ar que respiramos. O nosso corpo necessita de recobrar forças diariamente e
semanalmente. Não negligencie pois a programação do descanso e não se sinta minimamente culpado de o fazer.

7. Estar presente sempre que estiver com outros. Não se distraia, participe nas conversas, faça perguntas e dê um tempo para solicitar as respostas. E olhe nos olhos as pessoas quando o fizer: os olhos das pessoas revelam muito mais do que as palavras que dizem.

8. Dar a alguém. A alegria não se encontra vivendo uma vida egoísta, centrada em nós próprios. Pelo contrário, os períodos de maior contentamento e plenitude encontram-se nos momentos e nas motivações em que
decidimos dar a outros. Por isso decida-se a investir em alguém todos os dias:. Apoie uma criança. Ajude um colega. Funde ou colabore com um empreendimento local de interajuda ou de beneficência. Ou faça apenas aquele telefonema a um amigo que necessita de saber de si.

9. Alimentar a alma. As nossa vidas são, mais do que corpo, mente, coração e alma. Dedique diariamente um tempo para alimentar a alma, abraçando a gratidão, o riso, a esperança e a fé.

10. Reiniciar. Amanhã é sempre um outro dia cheio de oportunidades. Deve tentar iniciá-lo com um enquadramento fresco e renovado. Para isso reserve 10 minutos de cada fim de dia para
limpar e refrescar a sua casa. O dia seguinte agradecer-lhe-á por isso.

Assim, se como afirma Joshua Becker, o dia de hoje se encontra entre as maiores dádivas que alguma vez nos foram concedidas, usemo-lo pois com sabedoria e recusemo-nos a desperdiçar um único que seja.

, 

sábado, 22 de setembro de 2012

Equinócio de outono: time to balance light and shadow, mind, body and soul

De acordo com o Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), o equinócio de outono teve início hoje, 22 de setembro, às 15:49. Este outono que agora nos chegou ao hemisfério norte durará 89,81 dias e terminará às 11:11 do dia 21 de dezembro, um minuto antes da chegada do solstício de inverno.

Ainda segundo o OAL, o equinócio de outono trará já amanhã a todos os portugueses vários dias de chuva e aguaceiros, lembrando-nos que as temperaturas estivais que estamos a viver não significam que tenhamos parado no tempo de verão! Preparemo-nos assim para mudar de estação com equilíbrio e simplicidade.
Equinócio de outono.

Segundo o blogue Metamorfose, um exemplo entre outros, o equinócio, enquanto dia de equilíbrio entre polaridades, convida-nos a meditar sobre o equilíbrio na nossa vida e no nosso eu interior, a refletirmos sobre o que podemos fazer para conciliarmos os opostos ou os aspectos da nossa vida que necessitem de equilíbrio. Dizem-nos que para tal, ajuda utilizar um símbolo de equilíbrio como o Yin - Yang e concentrarmo-nos nele por alguns minutos.
Yin -Yang estilizados.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Mudanças graduais e mudanças radicais

Hoje, um amigo dizia-me que gostaria muito de fazer uma mudança radical de vida, mas não conseguia ver como. Também não sabia bem que mudança poderia ser essa, mas acima de tudo, tendo um emprego precário, não imaginava como, na atual conjuntura, poderia arriscar ainda mais... 

Quase todos nós temos pelo menos uma vez na vida e, em geral, por volta dos 40-50 anos esta vontade de mudança: somos ainda suficientemente jovens para o fazer e sabemos já que não somos eternos, pelo que, se queremos mudar a/de vida, não podemos adiar a mudança por muito tempo! Em Portugal como na maioria dos países europeus, conhecêmo-la como a crise da meia-idade. Os franceses utilizam a expressão démon du midi (o demónio do meio da vida) que em geral designa tumultuosas alterações de vida, paixões tardias entre pessoas com grande diferença de idade uma, e uma ou duas famílias destroçadas por violentas crises emocionais.

Contudo, o mais conhecido termo midlife crisis, firmado pela primeira vez por Carl Jung, é hoje considerado um processo natural e parte integrante da maturidade; e, se muitas envolve uma depressão mais ou menos grave, é também fonte de crescimento interior que origina uma mudança para uma vida qualitativamente melhor.

No entanto, uma coisa é a vontade de mudar a vida, outra é mudá-la de facto. Por isso, quando nos propomos realizar mudanças radicais, temos de as planear devidamente o que implica também garantir uma retaguarda segura, até porque todo e qualquer plano bem concebido prevê sempre um plano B.  O problema é que este desejo de mudança radical é desde logo tão difícil e intimidante que a tendência é projetarmo-lo de imediato para o mundo dos sonhos impossíveis. Por todas as razões, a começar porque temos de ter em conta aqueles que dependem de nós, como os filhos ou os mais velhos. 

E, apesar disso, acredito cada vez mais que, se quisermos mesmo realizar uma mudança radical na nossa vida, conseguiremos levá-la a cabo. A prova está nos projetos do tipo «Um ano sem compras» que constituem uma forma de o fazer, gradualmente e sem grande alvoroço. E, desde que levados a sério, como o faz Ziula Sbroglio, juíza do trabalho brasileira, que o relata no seu blogue Hora de mudar não são por isso nem menos exigentes, nem menos profícuos. São apenas menos drásticos e mais invisíveis.

Por outro lado, a vida encarrega-se muitas vezes de nos oferecer opções alternativas. Tenho outro amigo que, em janeiro, aos 56 anos, ficou no desemprego. Deprimido e sem saber bem o que fazer, deixou Lisboa, a cidade onde vivera nos últimos 30 anos e foi para a casa que era da mãe *, uma casa solarenga, numa quinta, situada numa aldeia do norte de Portugal.

Apesar de serem nove (9!) irmãos, a casa 
grande estava desabitada e muito degradada. Contudo, como um dos nove irmãos tinha algum dinheiro, combinaram que o meu amigo (que vive com metade do ordenado que antes detinha e que não chega ao dobro do salário mínimo) se encarregaria da recuperação da casa. O que ele está a fazer desde então e, disse-me, mais feliz do que nunca antes na sua vida

Combinaram também que a casa seria sempre o refúgio de todos os irmãos e sobrinhos e o lugar de celebração de momentos felizes. Presentemente o novo projeto do meu amigo é ou conseguir recuperar os anexos da quinta para pequenas habitações de turismo rural e viver disso, para o que precisa evidentemente de um investimento que não é nada fácil de conseguir; ou, em alternativa, continuar a viver na casa grande e viver do cultivo do terra. E, mesmo sem acreditar em Deus, disse-me que reza todos os dias para que isso lhe aconteça, porque não se imagina já a voltar ao trabalho de toda uma vida, das 9h00 às 18h00, o qual teoricamente e antes desta reviravolta era aquele que o realizava. 

Aqui vos ofereço pois esta história em fotografias 
A casa materna vista ao longe.

Portão de entrada.
Gelo no pátio de entrada.

Entrada principal.
Pormenor exterior.
Paisagem envolvente.
A porta grande de entrada.
A cozinha, o coração da casa.
A lareira, o coração da cozinha.
A zona de jantar.
A cave
ou, como se diz no norte, a loja.

O próprio, também autor das fotografias.
Caos interior.

Caos exterior 1.
Caos exterior 2.
Trabalhos de dia...
e de noite...
Janelas originais.
Portadas interiores.
Reparação das janelas 1.
Reparação das janelas 2.
Reparação das janelas 3.
Canalização.
A meio caminho!
Travejamento 1.
Travejamento 2.
Renovar, recuperar, readaptar.
Recompor e reutilizar.
Entre o velho e o novo.
A casa a renascer.
A sala de jantar da velha casa nova.
A nova casa velha.
Modernizar a casa de banho 1
Modernizar a casa de banho 2.
Pormenor dos tectos.
Perspectiva longitudinal.
Escada em caracol para a cave, como nova.
Tradição e modernidade 1.
 Tradição e modernidade 2.
Porta de entrada como nova.
Trabalhos exteriores.
A equipa de trabalhadores.

Fim dos trabalhos!
À espera da família...
Do que eu mais gosto nesta história é não apenas a manutenção da casa de família como um lugar de refúgio e de celebrações familiares, para além de eventual fonte de rendimento para algum dos irmãos que tenha essa vontade ou necessidade, mas sim o exemplo que nos dá de como um desaire da vida pode revelar-se o início uma vida melhor.

* Tanto literal como simbolicamente que reconfortante é podermos contar com uma casa da mãe, mesmo degradada, onde voltar quando não sabemos o que fazer de nós e da vida...


terça-feira, 18 de setembro de 2012

«Um ano sem compras»

É verdade! No dia 1 de Outubro inicio-me numa vida mas comprometida a e assumidamente minimalista, como agora se diz, ou como se dizia antes, mais no sentido do ser e menos no do ter, mais frugal e mais simples. Para dizer a verdade, esta opção não é nova para mim, mas nunca, antes de outros terem avançado e testemunhado este projeto, a coloquei desta forma lúcida e empenhada. 


Mapa do bem-estar mundial

Desde jovem que tenho muito presentes as assimetrias do mundo em que vivemos. Para além do que aprendi com o Graal português antes de 1974, o facto de ter dado aulas de português em Angola, nos anos 80, numa pequena vila do planalto central alterou de vez a minha visão do mundo! A experiência de viver numa comunidade pobre e subnutrida, para mim que pertencia a uma famíla da grande burguesia lisboeta, foi tão violenta que quase morri: como quase deixei de conseguir comer, contraí uma broncopneumonia dupla, num local onde não havia antibióticos e, mais tarde, quase sucumbi a uma violenta crise de paludismo. Sobrevivi graças ao meu estatuto de professora cooperante e a uma congregação religiosa italiana que vivia na mesma vila do que eu.

Contudo, se esta visão constante da coexistência de dois mundos, o do Norte e o do Sul, um em contraponto do outro, sempre me acompanhou ao longo da vida, tal não me impediu de embarcar também em muitas, demasiadas, aventuras consumistas. Como a maioria de nós, por pura ilusão de um consumo ávido de felicidade instantânea. Todas as desculpas validavam os breves momentos de alienação e de encantamento que o consumo proporciona: porque estava deprimida, porque me sentia feliz, porque era um programa de grupo, porque estava só...



O que descobri nestes projetos «Um ano sem compras» é que podem mudar radicalmente a nossa vida. Porque, se se iniciam com uma recusa ao consumo supérfluo, acabam por nos conduzir a outros níveis de exigência, como o «destralhar» da nossa casa e da nossa vida e a procura do que nos é essencial. Assim, facilmente passamos de uma melhor organização do quotidiano para uma vida melhor, com mais qualidade de_vida: dormir bem, comer melhor, fruir o convívio com aqueles que amamos, valorizar o melhor do que possuímos, conhecer a alegria da dádiva, cuidar bem do nosso corpo, recuperar o sentido de humor e exercê-lo...

Foi assim que cheguei ao dia 18 do mês 0: decidi dar-me um mês zero para me preparar melhor e para definir concretamente o que posso e não posso fazer. Na realidade o meu «Ano sem compras» já começou e tenho-me sentido muito feliz com esta opção.

Não tenho comprado nada de supérfluo: um livro de filosofia importante para este meu projeto, 3 canetas fluorescentes para a organização dos meus papéis, 3 latinhas de tinta para tingir tecido  e assim reciclar 3 peças do meu guarda roupa, um lanche de trabalho e dois de «compensação» por uma tristeza que me invadiu o coração até às lágrimas, do tipo Calimero:«coitadinha de mim, por que razão me acontece isto, logo a mim...».


 



3 marcadores e 3 latas de tinta para tecidos

 
  3 lanches supérfluos

Mantendo ainda as minhas rotinas diárias, tenho conseguido «destralhar» 3 objetos por dia (ou mais) conjuntamente com 15 minutos diários de organização, métodos estes que se adaptam bem a esta fase que estou a viver. Tenho também repensado as minhas práticas diárias: da televisão apenas tenho visto um ou outro telejornal, tenho tentado levantar-me mais cedo e mantenho uma dieta alimentar bastante saudável e caseira.

A (vi)ver!