sábado, 28 de dezembro de 2013

2013: Natal sem «o coração nas mãos»!

Neste ano, o Natal cá em casa foi uma noite como todas as outras. Um jantar para três (o meu filho o pai dele e eu), cada um no seu sítio e ao seu ritmo, com o seu... tabuleiro. Comemos bacalhau cozido com batatas e couves (porque, enfim, este menu gastronómico do dia 24 de dezembro é praticamente sagrado) acompanhado por um bom vinho. Para além do tradicional bolo rei, agora destronado pelo bolo rainha (que apenas leva  frutos secos: nozes, amêndoas, pinhões...) e se vende em toda a parte, fiz uma salada de frutas amarela de que gosto muito (amarela porque é feita apenas com frutos amarelos). Não enfeitei a casa e o Presépio está «montado» todo o ano. 

Ainda tive de lidar com a história das prendas porque não encontrei forma de me escusar (do ponto de vista do coração) ao lanche familiar do dia de Natal, em casa de uma das minhas irmãs. Assim, este ano foi a vez dos sabonetes Ach Brito, dos melhores do mundo e portugueses, claro! Uma das vantagens da opção sabonetes foi a de se ter traduzido num menor número de compras, já que, para os casais, a oferta de um único sabonete tinha uma intenção amorosa incluída. Para os meus sobrinhos, o de sempre: uma pequena nota de euro enrolada numa fita rosa e verde, e livros ilustrados para as pequeninas. Decidi que os embrulhos seriam feitos apenas com as fitas recicladas que tinha em casa. Afinal, já o fazia com as notas, os sabonetes vêm embrulhados em papel colorido e as capas dos livros para crianças são sempre lindíssimas. Porquê gastar então mais papel? 

Assim, o jantar de Natal foi para mim praticamente indiferente. Não foi bom, nem mau, não teve nem risos, nem choros, muito embora o meu filho não estivesse bem, o que somente a medicina e ele podem resolver. Eu apenas posso ajudar, o que é muitíssimo e pouco ao mesmo tempo.

O lanche acabou, como sempre, por ter momentos felizes. Primeiro porque só muito raramente nos reunimos em família: grandes e pequenos, ex-maridos e ex-mulheres, filhos de diferentes casamentos... Mas também porque cada um de nós só vai se quer mesmo ir e só fica o tempo que quiser, às vezes menos de meia hora! Todos se servem dos salgados e dos doces que estão postos na mesa da sala e das bebidas que lhes apetecer. Nem precisamos de nos sentar.

Claro que agora o Natal já não é o que era, mas sobretudo o Natal pode e deve ser sempre que um homem quiser, duas frases feitas que na minha vida de agora adquiriram todo o sentido. Não foi nem stressante, nem doloroso, nem emocionalmente desgastante, nem feliz. Consegui proteger o meu coração ao mesmo tempo que consegui oferecer bem-estar aos que dependem de mim. Quando o meu filho melhorar, reúno todos os que amo e faço um Natal verdadeiramente feliz!



2 comentários:

  1. Maria
    "Consegui proteger o meu coração ao mesmo tempo que consegui oferecer bem-estar aos que dependem de mim"....essa sua frase resume um equilíbrio bem difícil de ser atingido, uma daquelas "contas" que quando "fecham" nos deixam um sentimento de paz..(Oferecer bem-estar aos que dependem de nós pode ser uma tarefa sumamente inglória, às vezes)
    No mais, boa sorte para o seu filho resolver o que quer que o esteja fazendo sofrer..

    ResponderEliminar
  2. Agradeço muito a sua «presença», sempre tão gentil para comigo. Não tinha pensado nisso dessa maneira tão «feliz». É verdade que esta atitude «equilibrada» me demorou muito tempo a adquirir, mas como tudo na vida é uma questão de inteligência emocional, digamos,.e de persistência. Aos poucos chegamos lá...

    Um grande abraço e um Bom Ano de 2014.

    ResponderEliminar