quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Dias-Não

Por mais que eu tente ajustar e treinar o meu eu presente em função do meu eu de 67-70 anos, não consigo agora continuar a fazê-lo. Porque ando a viver Dias-Não, que não quero esconder nem de mim própria nem aqui, por mais que não suporte sentir-me uma choramingas. Mas o facto é que não sei como dar a «volta» a este problema que me sufoca:

1.  Ter o meu filho doente; 
2.  Não poder fazer o trabalho que gostaria de fazer; 
3.  Estar rodeada de pessoas que estão mal com o trabalho e com os outros;
4.  Não ter forças para ser mais positiva e batalhadora;
5.  Não ter perspetivas futuras de melhorar estes problemas. 

Todos estas «coisas» que agora tanto me afetam trazem ainda consigo consequências que mais agravam o mal-estar em que vivo:

6. Estive três semanas com gripe;  
7. Estou fisicamente exausta e emocionalmente vulnerável;
8. Não consigo manter a minha casa organizada;
9. Não consigo ter a minha contabilidade em dia;
10. Não consigo fazer yoga.

Com tantos anos de terapia e de meditação, era suposto ser exímia no recurso a mecanismos de defesa e a formas de ultrapassar estas dificuldades, tão, mas tão, minhas conhecidas. Mas não! Ainda não aprendi a lidar com os Dias-Não! E não é apenas um de quando em vez, são muitos, demasiados: surgem-me em pares e em bandos, sem avisar, vindos dos mais diversos sítios da vida!



3 comentários:

  1. Querida, podemos ser exímias na terapia e na meditação, mas não somos super-mulheres! Os Dias-Não fazem parte da vida, infelizmente, e talvez sirvam para valorizarmos os Dias-Sim (se é que servem para alguma coisa).

    Este meu janeiro também está sendo complicado. Topa juntar-se a mim para comemorarmos o fim de 2015 em 31 de janeiro de 2016? Aí, sim, consideraremos que 2016 começa!

    Sob o risco de parecer insensível, vou lembrá-la que, nos Dias-Não, o futuro nos parece muito negro e assustador. Quem sabe daqui a alguns dias você não se sinta melhor?

    Quanto às muitas tarefas que temos, só um conselho: um passo de cada vez! Posso sugerir-lhe que transfira ao Pedro a maior parte das tarefas domésticas? Afinal, todas as pessoas de uma casa devem cooperar para seu funcionamento, certo? E com certeza já estás sobrecarregada.

    Beijos e favor ignorar os conselhos que considerar inúteis!

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  2. Minha querida Ludzinha: Tens toda a razão do mundo. Estes dias-não culminaram na passada 6ª. feira, quando um médico mais do que especializado de uma muito prestigiada instituição disse ao Pedro que o não iria tratar por considerar que o problema dele pertence a outra área médica (estou a falar do chefe de uma equipa de neuropsiquiatria)!
    Foi então que percebi que tinha mesmo de passar uns dias fora, fazer uma pequena viagem ao sul de Espanha, onde vive o meu sobrinho espanhol de cujo filho pequenino, Roque, sou madrinha e cuja avó é a melhor amiga que alguém pode ter. São apenas 5 dias, mas só de a ter planeado já me sinto melhor. O Pedro e eu sofremos muito, com mais esta «porta que se fechou», mas não vamos desistir.E nos dias em que eu estou fora ele fica em casa com a sua namoradinha, o que também vai ser bom para ambos.
    Obrigada pelo cuidado e pelo apoio. E sim, por favor, começa a escrever. Escrever tem de ser uma ato diário. Depois, logo se vê.
    Bjs aos dois Ls. Vera
    PS: Adorei a história dos quilos do Leo que não eram dele. Tal e qual os meus!

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