Em relação a outros países, nós em Portugal temos uma vantagem (sim portugueses, nós não temos só problemas, desorganização, crise...) que penso que não existe em outros países: o cartão de débito. Este cartão, para quem não sabe, permite fazer quase todo o tipo de pagamentos e levantamento de dinheiro a partir da nossa conta à ordem, que em geral é aquela onde o nosso salário é depositado. Assim, para o poder utilizae apenas temos de saber de quanto dinheiro dispomos, dado que o cartão não funciona sem dinheiro na conta!
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Cartão de Débito: o que é? |
Ora, as caixas Multibanco são muitas e estão por todo o lado (atenção de novo, portugueses, outra vantagem nacional: em Espanha, por exemplo, o sistema caixas de serviços bancários não é idêntico ao nosso, e, para levantar ou movimentar dinheiro de uma destas caixas de outo banco, este cobra de imediato uma determinada percentagem por esse serviço), pelo que é fácil controlarmos os saldos e os movimentos mais recentes da nossa conta à ordem.
Aqui devo abrir um parêntesis para as vantagens do home banking que é genericamente considerado um serviço seguro e fiável. E muitíssimo cómodo já que se encontra disponível em toda a parte onde haja ligação à Internet. Os incondicionais do extrato bancário em papel, o qual tem muito provavelmente os dias contados (muitos bancos já não os enviam com regularidade se os movimentos da conta forem considerados insuficientes!), muito embora tal deva demorar ainda o tempo de todos sermos Webincluídos, têm ainda ao seu dispor este controle mensal. Já a Caixa Geral de Depósitos e o Montepio oferecem a boa e velha caderneta que permite controlar, num pequeno livrinho, todas as entradas e saídas da nossa conta à ordem. E guardá-las como comprovativo em pouco espaço por muito tempo.
O meu sistema provisório, que ando a ensaiar em conjunto com a agenda, bem como com o caderno de ideias, é um caderninho Moleskine. Dividi cada página em 3 dias do mês e é neles que anoto todos mas todos os meus gastos: o total das compras de supermercado, a gorgeta que dei ao funcionário da gasolineira e o montante de gasolina gasto, o chocolate que comprei na máquina do serviço, a limpeza a seco do edredon, a mensalidade do yôga, etc. Não posso deixar passar muito mais do que um dia para que as anotações sejam mesmo todas.
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Caderno Moleskine para despesas diárias. |
Reúno assim, em cada dia, as despesas fixas e constantes, as mais esporádicas e ainda os pequenos gastos em geral invisíveis. O passo seguinte é, no final do mês, confrontar as anotações do caderninho com as entradas e saídas do extrato bancário. Este balanço oferece o retrato exato das nossas vidas financeiras mensais, por rubricas, e permite-nos assim conhecer e controlar o que fazemos com o nosso dinheiro!
Num ano sem compras é a única forma que conheço de me motivar a restringir o consumo ao essencial. Ao cor (do latim: coração, núcleo central) de uma vida liberta do consumismo.
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