sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Blue moon e liberdade

A propósito da letra da canção Blue moon, fiquei a pensar no significado de o impossível (once in a bleu moon) acontecer associado às relações de amor, as minhas no caso...

E o que gostaria de esclarecer aqui é que há muito que sinto que essa fase da minha vida já passou. Na verdade, estou profundamente convicta não que considere impossível voltar a viver uma relação amorosa, mas antes que as probabilidades de tal acontecer são quase nulas. E isto porque, com os anos, fui-me tornando tão exigente e tão livre que sei que não encontrarei ninguém que me consiga encantar. Conheço muita gente e, quanto mais observo as pessoas da minha idade, sejam as casadas sejam as solteiras, e as relações que vivem ou que estabelecem, mais me convenço que isso não é para mim...Tenho alguma pena, mas na realidade o quotidiano dessas pessoas é construído numa base de aparências, muitas vezes de mentiras, no melhor dos casos de companheirismo. E depois, com a idade, as pessoas começam a ceder em relação aos princípios e aos valores e tornam-se egocêntricas, autocentradas.


Por isso acredito que ninguém me conseguiria seduzir ao ponto de partilhar o meu quotidiano, a minha opção de vida, os meus princípios, os meus projetos, as minhas refeições, a minha cama... E o melhor de tudo é que isso não me entristece. Pelo contrário, sinto uma alegria imensa por poder fruir a minha liberdade.


Quero contudo afirmar que nada me faz mais feliz do que estar e conhecer casais que vivem relações de muitos anos, felizes e harmoniosas, como os meus queridos tios Henrique e Zinha ou a Lud e o Leo...


Henrique e Zinha, Lud e Leo.

Sou também uma grande defensora do amor, da amizade, da afeição, da solidariedade, da compaixão, da partilha... De todas as manifestações de atenção para com os outros e de todas as variantes do cuidar dos outros. Atualmente, segundo muitos especialistas (Cf. Marc Bekoff, A vida emocional dos animais) é assumido que a nossa espécie evoluiu graças a todas as formas de cooperação, de solidariedade e de amor que desenvolveu, e não, como se generalizou depois de Darwin, graças à competição (solitária) pelo poder, à lei do mais forte... 



Viver as tantas e tão diversas formas de amar os outros.

Nesse sentido, cuidar de mim (e do meu filho) tornou-se a prioridade das prioridades, tanto mais que me encontro exausta, como nunca antes em toda a minha vida. Compreendi agora (mais vale tarde do que nunca...) que tenho de me colocar a mim própria em primeiro plano (voltei a fazer yoga!) e, desde que interiorizei esta atitude, nunca me senti tão bem, tão disponível e tão livre perante a vida.



«Livres como livros»


Sem comentários:

Enviar um comentário