![]() |
Boletim metereológico: Lisboa, dezembro de 2012. |
De repente o meu eu interior desabou: primeiro foi o meu filho que está a atravessar uma crise muito difícil, com a qual não sei lidar. Depois foi como se a chuva fria e fina que há tantos dias não pára de cair tivesse revelado e cruzados toda a tristeza da crise em que viv(o)emos.
Como é possível que no meu país, sejam aos milhares as crianças que vão de manhã com fome para a escola? Se vivemos na Europa rica e desenvolvida, se somos tão poucos e temos cada vez menos crianças? Como é possível que tantos avós façam tantos sacrifícios para ajudar os netos e os filhos, desempregados aos milhares? Que os muito mais velhos sejam maltratados nos lares onde as famílias os deixam morrer devagar?
Sei que tudo isto me dói muitíssimo porque me sinto impotente para tentar mudar esta situação, tanto quanto a do meu próprio filho! Não vejo o caminho de saída, a luz ao fundo do túnel! Para uma mãe, a dor de um filho é insuperável, hemorrágica e manietadora. A tentação de desistir, de largar tudo e de optar por um nada, um vazio total sem princípio nem fim, é quase irresistível! Os meus amigos dizem que sempre fui uma lutadora, mas lutar como modo de vida é para samurais, não para mim, no meio-fim da vida ainda aprendiz de simplesmente pessoa.
![]() |
Não quero viver como samurai! |
Preciso de dias de sol, tanto como de respirar ar livre e de um abraço dos meus amigos.
Sem comentários:
Enviar um comentário