Todos as nossas atitudes e expressões devem pois fomentar e derivar da harmonia e da moderação: da forma de andar ao tom de voz, aos nossos gestos, às afirmações que fazemos, por mais simples que sejam. Neste sentido o yoga ajuda-me muito, porque a prática ensina-nos a respirar bem, a movimentarmo-nos e a pensar-sentir com serenidade, harmonia e graça. O silêncio é também uma boa prática, sobretudo para nos observarmos a nós próprios e aos outros. Tentar viver um dia em silêncio constitui só por si uma experiência única.
Rever sistematicamente os compromissos que nos impusemos faz também parte deste caminho do meio.
Dhyana mudra* |
Por muito difícil que seja, e é-o mesmo, é sempre muito mais fácil desenhar uma série de rotinas boas do que cumpri-las efetivamente. Contudo, para mim, o importante é que as rotinas me servem como metas concretas e guiam a orientação dos meus dias.
Assumo com responsabilidade mas sem culpa que posso falhar algumas vezes. Por exemplo, ainda não consegui alimentar-me segundo o dito popular que preconiza o tipo de refeições que devemos fazer: pequeno-almoço de rei, almoço de príncipe, jantar de pobre. Acho que a minha dieta é agora mais de príncipe e de pobre misturados, sobretudo porque, como a maioria de nós, quase toda a vida segui o regime oposto: comer melhor e mais ao jantar, menos ao almoço e e ainda menos de manhã.
Em contrapartida, tenho conseguido fazer diária e semanalmente o exercício que me propus: vinte minutos de caminhada a pé e 10 minutos de prática de yoga logo ao acordar, todos os dias, e duas aulas de yoga por semana ao fim da tarde.
Cuidar mais de mim, para além da dieta e do exercício, tem sido difícil. Acho que enquanto o meu filho estiver doente terei grandes dificuldades em fazê-lo. Por outro lado, vou fazer para a semana um bom corte de cabelo e tenho aplicado máscaras de nutrição. O meu cabelo é agora completamente natural, com muitos fios brancos no enquadramento do rosto. Ainda me estou a habituar a mim, mas a libertação das colorações sistemáticas é uma benção!
Li algures num site sobre styling que um look cuidado obriga a usar três peças, sendo que uma delas pode ser um lenço, um colar, um chapéu... As cores do que vestimos devem também ser pensadas: três cores, coordenadas entre si de forma original (sapatos a condizer com uma echarpe, uma carteira a condizer com as calças, etc.), padrões diferentes de uma mesma cor, ou gradações da mesma cor... Não tem sido fácil, mas estas indicações têm funcionado como uma bússola para me obrigar a não andar sempre vestida de preto... um uniforme que usei muitos anos.
O destralhamento da casa vai avançando aos fins de semana, porque durante a semana tenho pouco tempo. Quero muito livrar-me de tralha, coisas, stuffs... que para mim não têm nem utilidade, nem sentido. Consegui organizar uma parte. As coisas mais valiosas, parte das quais prendas, numa cristaleira/vitrine, a minha coleção de literatura infantil em duas estantes de 2 metros por 2,40 e os tecidos e peças de roupa que gostaria de reciclar, dobrados e etiquetados numa cómoda. Estes três grupos aguardam um doação e uma resolução «boas». Desta vez pretendo integrar a simplicidade «para sempre», muito embora saiba perfeitamente que nada é nunca para sempre.
A minha relação com o trabalho tem vindo a pacificar-se mês após mês e não tenciono voltar a fazer sobre-esforços, nem envolver-me em mais lutas para defender o que acho correto... Faço o melhor que posso, como sempre. Apenas. Por isso optei também por um ritmo mais lento mas regular, o que nesta fase do ano é aliás fácil.
Fazer o balanço sistemático destas metas concretas, reajustá-las, acrescentá-las ou modificá-las orienta os meus passos em direção ao caminho do meio.
Assumo com responsabilidade mas sem culpa que posso falhar algumas vezes. Por exemplo, ainda não consegui alimentar-me segundo o dito popular que preconiza o tipo de refeições que devemos fazer: pequeno-almoço de rei, almoço de príncipe, jantar de pobre. Acho que a minha dieta é agora mais de príncipe e de pobre misturados, sobretudo porque, como a maioria de nós, quase toda a vida segui o regime oposto: comer melhor e mais ao jantar, menos ao almoço e e ainda menos de manhã.
Em contrapartida, tenho conseguido fazer diária e semanalmente o exercício que me propus: vinte minutos de caminhada a pé e 10 minutos de prática de yoga logo ao acordar, todos os dias, e duas aulas de yoga por semana ao fim da tarde.
Cuidar mais de mim, para além da dieta e do exercício, tem sido difícil. Acho que enquanto o meu filho estiver doente terei grandes dificuldades em fazê-lo. Por outro lado, vou fazer para a semana um bom corte de cabelo e tenho aplicado máscaras de nutrição. O meu cabelo é agora completamente natural, com muitos fios brancos no enquadramento do rosto. Ainda me estou a habituar a mim, mas a libertação das colorações sistemáticas é uma benção!
Li algures num site sobre styling que um look cuidado obriga a usar três peças, sendo que uma delas pode ser um lenço, um colar, um chapéu... As cores do que vestimos devem também ser pensadas: três cores, coordenadas entre si de forma original (sapatos a condizer com uma echarpe, uma carteira a condizer com as calças, etc.), padrões diferentes de uma mesma cor, ou gradações da mesma cor... Não tem sido fácil, mas estas indicações têm funcionado como uma bússola para me obrigar a não andar sempre vestida de preto... um uniforme que usei muitos anos.
O destralhamento da casa vai avançando aos fins de semana, porque durante a semana tenho pouco tempo. Quero muito livrar-me de tralha, coisas, stuffs... que para mim não têm nem utilidade, nem sentido. Consegui organizar uma parte. As coisas mais valiosas, parte das quais prendas, numa cristaleira/vitrine, a minha coleção de literatura infantil em duas estantes de 2 metros por 2,40 e os tecidos e peças de roupa que gostaria de reciclar, dobrados e etiquetados numa cómoda. Estes três grupos aguardam um doação e uma resolução «boas». Desta vez pretendo integrar a simplicidade «para sempre», muito embora saiba perfeitamente que nada é nunca para sempre.
A minha relação com o trabalho tem vindo a pacificar-se mês após mês e não tenciono voltar a fazer sobre-esforços, nem envolver-me em mais lutas para defender o que acho correto... Faço o melhor que posso, como sempre. Apenas. Por isso optei também por um ritmo mais lento mas regular, o que nesta fase do ano é aliás fácil.
Fazer o balanço sistemático destas metas concretas, reajustá-las, acrescentá-las ou modificá-las orienta os meus passos em direção ao caminho do meio.
* Do sânscrito: gesto (mudra) propiciatório da meditação (dhyana).
Eu é que agradeço existirem pessoas com este espírito renovador na sua geração (peço desculpa a expressão)... É tão bom ver que quem tem realmente uma turma à frente ainda tem gosto pela profissão e mais que isso por se renovar e melhorar em todos os aspectos... Espero eu também ser assim :)
ResponderEliminarClaro que é, Patrícia. Nós não vivemos uns sem os outros e todos nós precisamos de outros. O que tem de melhor o convívio intergeracional é sabermos que não estamos sós nem nos nossos ideais, nem nas nossas utopias. E que é em conjunto que podemos construir uma vida e um mundo melhores. Bj grande.
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