quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Salvé, 2021!

Quino

Nada quero (nem posso, nem sei, nem devo...) dizer sobre 2020. Estamos colectivamente exaustos e para este cansaço muito contribuíram os meios de comunicação e as redes sociais com tudo o que foi dito, como uma interminável ladainha, ao longo de 2020 sobre 2020.

Gostava que todos tivéssemos apre(e)ndido uma extraordinária lição de vida e que, simbolicamente a partir de amanhã, vivéssemos um ano BOM, praticando o melhor de nós. TODOS. Como sempre, esta altura do ano é um tempo de sonhos.

Há cerca de ano a palavra mais relacionada com felicidade era, para os dinamarqueses, pit. Mais do que uma simples palavra, pit is a cultural concept about cultivating healthy thoughts to deal with stress, como afirma a psicóloga dinamarquesa Marie Helweg-Larsen

Não sei se a magia de pit será hoje, um ano depois, suficiente para nos animar e nos fortalecer, mas sei que teremos de nos focar em qualquer coisa maior do que nós e o nosso quotidiano. De ter esperança e fé num mundo melhor para o qual deveremos contribuir e dar o exemplo.

Bom 2021!

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Um dia perfeito

Li há duas semanas um post de um jovem escritor sobre o que seria para ele um dia perfeito. Um pequeno texto ilustrado com fotografias que lhe fora solicitado pelo Jornal de Leiria. Ao lê-lo pensei imediatamente que era um dia mais que perfeito e disse-lho, acrescentando que gostaria de pensar, também eu, no meu dia perfeito. Quando ele me respondeu que tal não seria das coisas mais impossíveis de realizar, tive de discordar interiormente. 

A verdade é que não saberia dizer o que seria para mim um dia perfeito. Comecei então a pensar seriamente nisso, mas foi-me difícil. Interroguei-me se seria possível que eu já nem conseguisse sequer imaginar um dia perfeito para mim.

Quinze dias depois, dei por terminado o programa do que seria, hoje, o meu dia perfeito. Ei-lo:

1. Acordar de madrugada na velha casa de granito da Beira. Fazer um café da minha mistura preferida de robusta e arábica e tomá-lo com uma maçã e uma torrada de pão de centeio com uma fatia de queijo de ovelha.

2. Dar um longo passeio a pé, com os meus amigos, por um trilho da Serra à beira do rio.


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3. Fazer uma aula de yoga com o meu professor preferido.

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4. Almoçar com os amigos uma sopa e fruta e depois dormir uma sesta.

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5. Tomar um duche, estrear um vestido novo e embrulhar-me numa paxemina.
  
                                                 
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6. Fazer um lume grande na lareira da sala, acender as velas, pôr a mesa para todos, ajudar a preparar (com um bom vinho branco, seco, do Douro) um jantar festivo com amigos e para muitos amigos: esparregado de nabiças, batatas fritas às rodelas fininhas, empadas de galinha, enchidos, salada de frutas, mousse de chocolate, tudo como se fazia antes.

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7. Conversar toda a noite, ir petiscando e provando alguns vinhos. Adormecer devarinho, sem dar por isso.

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Prometi a mim própria realizar o meu dia perfeito em 2020. O sonho é grátis, como dizia meu filho quando era criança. Só tenho pois de o exercer, mesmo que para mim tal não seja tarefa de somenos.

A ver.